Search the IMDb

quinta-feira, outubro 05, 2006

Water [2005]


Crew
Deepa Mehta - Director / Screenwriter
David Hamilton - Producer / Executive Producer
Giles Nuttgens - Cinematographer
Mychael Danna - Composer (Music Score)
A.R. Rahman - Songwriter
Colin Monie - Editor
Dilip Mehta - Production Designer

Cast
Seema Biswas - Shakuntala
Lisa Ray - Kalyani
John Abraham - Narayan
Sarala - Chuyia
Manorama - Madhumati
Vidula Javalgekar - Patiraji "Auntie"
Raghubir Yadav - Gulabi
Kulbhushan Kharbanda - Sadananda
Vinay Pathak - Rabindra



Comentário
Três gerações, três destinos, três niveis de esperança.
Este "Agua" conta-nos uma história dificil de digerir e ao mesmo tempo impossível de não degustar.

A acção gira em torno de três viuvas, uma menina de 9 anos acabada de entrar numa engrenagem hipócrita de desumanização, uma jovem de vinte e poucos com uma porta entreaberta para a salvação adiada e uma senhora de 50 e muitos ao qual a miséria encapotada de tradição religiosa retirou a possibilidade de viver.

O filme roda em volta destes três seres humanos e leva-nos numa viagem traumática que só pode acabar mal, com a destruição natural e cruel de toda a pureza, amor e fé numa sociedade marcada pela miséria.

A pureza de uma criança arrancada aos pés da necessidade de sobrevivência, o amor inocente de uma jovem fatalmente destruído perante o preconceito social de uma sociedade de vistas curtas, a fé de uma velha atraiçoada perante o realismo miserabilista de um povo que tem de lutar pelo pão que come.

As diferentes tonalidades que percorrem o filme, evoluindo dos cinzas, passando pelos suaves azuis e verdes e terminando com o falso esfusio dos vermelhos e amarelos, enquadram-nos de uma forma harmoniosa com o sentimento que emana da história, começamos pela inocência, percorremos um amor efêmero e estival e terminamos com regresso a uma realidade nua e crua.

O trabalhos dos actores, o trabalho de realização tudo isso é subalternizado ao poder da história e esse é de facto o grande mérito de Deepa Mehta, o de reconhecer a força da própria história e de se deixar conduzir por ela, de se limitar a concretizá-la visualmente no fim de contas de a deixar-se contar. Quanto a voçês, eu acho que não se arrependerão se se derem ao trabalho de a ouvir.

A VER