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segunda-feira, julho 03, 2006

The Secret Life of Words [2005]



Crew
Isabel Coixet - Director / Screenwriter
Esther Garcia - Producer
Jean-Claude Larrieu - Cinematographer
Irene Blecua - Editor
Pierre-Francois Limbosch - Art Director
Agustin Almodóvar - Executive Producer
Jaume Roures - Executive Producer
Aitor Berenguer - Sound/Sound Designer

Cast
Sarah Polley - Hanna
Tim Robbins - Josef
Julie Christie - Inge
Javier Camára - Simon
Sverre Anker Ousdal - Dimitri




Comentário
Confesso que tinha alguma expectativa em relação a este novo filme da jovem Isabel Coixet, isto depois de um início de carreira tibuteante, os seus dois últimos filmes deixaram-me com um bom gostinho nos olhos após a sua visualização.

De facto, o belo "My Life Without Me" é uma obra que deixou muitas esperanças de estarmos perante mais um novo talento com origem na nossa vizinha espanha (confesso que ainda não vi o "Hay Motivo").

E de facto este "A vida secreta das Palavras" veio de Espanha com a recomendação de ter vencido as principais categorias dos Prémios Goya (Realização, Argumento e Filme), mas como todos sabemos, condecorações nem sempre são sinónimo de qualidade.

No entanto este é um filme que claramente não defraudou as minhas expectativas, posso até fácilmente reconhecer que as superou.

Muito bem filmado, esta co-produção Estónio-Espanhola apresenta-nos a história de uma mulher que sobreviveu a um sofrimento para o qual nenhum ser humano está preparado para sobreviver e encontra a sua redenção nos braços e no amor de alguém que é arquétipo dos seus algozes, e é aqui, na felicidade do casting de Robbins que está uma das grandes forças deste filme.

Robbins domina completamente o filme, a forma como ele conduz e consolida a descoberta da personagem Hanna torna esta película uma viagem sóbria que não cede a sentimentalismos mas ao mesmo tempo nos conduz para a descoberta da verdadeira natureza humana e da sua capacidade de sofrimento.

O percurso em que Coixet nos desvenda uma pessoa inicialmente vazia e nula para uma sobrevivente, leva-nos a passear de uma forma imperceptível por uma palette de imagens que nos colocam no ponto oposto ao de partida em relação ao personagem criado por Sarah Polley, ou seja uma jovem que se encontra e encontrará perdida no seu passado e sem sensação de presente.

A forma como o contar das histórias, o passar de palavrass, é utilizado pela realizadora para nos mostrar que o sofrimento não pode ser exprimido por palavras nem a redenção pode ser encontrada sem elas, e no entanto, Coixet coloca na resolução deste paradoxal enigma um homem que não vê e uma mulher que não ouve, e, o milagre acontece.

Enfim, um filme claramente a ver por quem gosta de bom cinema, mas acima de tudo para que todos se recordem que existiu e existe um trauma europeu que nasceu nas Balcãs.

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