Search the IMDb

terça-feira, setembro 26, 2006

WTC [2006]


Crew
Oliver Stone - Director
Moritz Borman - Producer
Debra Hill - Producer
Michael Shamberg - Producer
Stacey Sher - Producer
Andrea Berloff - Screenwriter
Seamus Mcgarvey - Cinematographer
Craig Armstrong - Composer (Music Score)

Cast
Nicolas Cage - John McLoughlin
Michael Pena - Will Jimeno
Maggie Gyllenhaal - Allison Jimeno
Maria Bello - Donna McLoughlin
Stephen Dorff - Scott Strauss
Jay Hernandez - Dominick Pezzulo
Mike Shannon - Dave Karnes



Comentário
O que dizer sobre este filme? De facto apraz-me dizer muito pouco. É verdade, o filme está bem filmado, os actores estão competentes, a história, óbviamente, é apelativa, a intensidade dramática é de facto bem cozinhada por Stone, enfim um produto tipicamente Hollywoodesco.

E é esta característica que me parece interessante, porque de facto. Este WTC é o culminar do processo de redenção do conhecido bad boy da realização americana, que ao longo destes anos chocou e despertou velhos fantasmas americanos.

Filmes como "Salvador", "Talk Radio", "Nascido a 4 de Julho", "JFK", "Platoon", iniciaram o percurso de um homem que procurou despertar as consciências americanas através do conflito e da provocação.

Já com este WTC, Stone não exorcisa este fantasma, e aqui duas abordagens poderão ser possíveis: este não é passivel de ser exorcisado ou Stone não possui as capacidades necessárias ao exorcismo.

Julgo que estamos perante um misto dos dois aspectos, ou seja, por um lado será muito dificil a um americano nos tempos próximos (sem o necessário distanciamento histórico que Stone teve nos seus outros projectos) conseguir ter uma abordagem que fuja ao natural patriotismo e á saudável exaltação da coragem dos seus, por outro lado, Stone, não me parece claramente o homem para essa futura tarefa. E isso é evidente neste película, a forma óbvia como Stone se deixa levar para o sentimento fácil, como os próprios estereotipos são deixados livres no enredo, reforçam essa minha percepção de que de facto após o terrível "Alexandre" este "WTC" veio mostrar que o velhinho Stone está morto dando lugar a mais um Spielberg "wanna be".

E assim, já disse muito, embora de facto pouco sobre o filme em si. Deixem-me então reamatar, filme bem dirigido, com bons actores, com lamechice a preceito, bem comportado e acima de tudo, muito previsivel. Uma história assente, aqui talvez a única surpresa, numa interação entre McLoughlin e Jimeno e respectivas familias, tão diferentes mas no fundo tão iguais, ou seja como todos nós nascidos no Iraque ou nos estates.

Concerteza que daqui a uns bons aninhos veremos uma ou mais abordagens deste trauma americano coloridas com outro tipo de cores e não tão monocromática como esta obra de Stone se apresenta.

Ahhmmmm

sexta-feira, setembro 22, 2006

Notícias : 300 by Frank Miller

Um dos projectos cinematográficos mais aguardados no próximo ano é a adaptação ao cinema de mais uma obra do mestre dos quadradinhos americano, Frank Miller.

Este 300, basesado na "Graphic Novel" homónima de Miller, passa-se algures no auge da guerra Perso-Grega que decorreu no ano 480 Antes de Cristo.A acção culmina com a legendária batalha de Thermopylae, onde o Rei Leonidas dos Espartanos conduz o seu exército de uns meros 300 homens para o confronto com um exército Persa invasor composto por largos milhares de soldados.

Segundo a Lenda o valor e sacrificio destes homesm inspirou todo o povo Grego para enfrentar a ameaça Persa e graças a esse heroísmo assistimos ao nascimento da democracia.

A direcção deste ambicioso projecto foi entregue ao pouco experiente Zack Snyder, que se havia estreado com o interessante "Dawn of the Dead", vamos ver o que sai daqui. Para já o look muito videogame que sobressai no trailer parece-me, no mínimo, inovador.

segunda-feira, setembro 11, 2006

Miami Vice [2006]


Crew
Michael Mann - Director / Producer / Screenwriter
Pieter Jan Brugge - Producer
Dion Beebe - Cinematographer
John Murphy - Composer (Music Score)
William C. Goldenberg - Editor
Paul Rubell - Editor
Victor Kempster - Production Designer
Carlos A. Menendez - Art Director
Seth Red - Supervising Art Director
Bryan H. Carroll - Co-producer
Gusmano Cesaretti - Co-producer

Cast
Colin Farrell - Sonny Crockett
Jamie Foxx - Ricardo Tubbs
Gong Li - Isabella
Naomie Harris - Trudy Joplin
Ciarán Hinds - FBI Agent Fujima
Justin Theroux - Detective Larry Zito
Barry "Shabaka" Henley - Lt. Martin Castillo
Luis Tosar - Montoya
John Ortiz - Jose Yero
Elizabeth Rodriguez - Gina Callabrese
Domenick Lombardozzi - Det. Switek




Comentário
Antes de mais, deixem-me dizer-lhes que nunca fui um fã da série original. Sempre achei o Don Johnson um pouquinho azeiteiro de mais para o meu gosto, e ainda por cima essa sua faceta nessa mesma série sempre me pareceu ainda ser mais realçada pelo próprio personagem.

Dito isto, percebe-se a minha relutância em assistir a um filme que à partida para além desse grande handicap, tinha ainda a desvantagem de ser uma remake, o que para mim é outro factor que me afasta.

Portanto, o que me levou a entrar na sala para assistir a este Miami Vice? Garanto que não fui empurrado e ameaçado para entrar na sala de cinema. O que me levou a arriscar ver este fita, foi apenas um único factor, Michael Mann.

De facto, o nome de Mann neste projecto foi a única razão que me fez entrar na sala de cinema, e em boa hora, verdade seja dita.

O profissionalismo e a frequente qualidade dos trabalhos de Mann (em 1992 "The Last of the Mohicans", em 1995 "Heat" e em 2004 "Collateral") são um indicador do tipo de filme que poderíamos encontrar. Confesso no entanto, que o facto de Mann ter sido o Produtor Executivo da série durante anos a fio me deixou até ao último momento receoso do resultado.

E surpresa das surpresas, não é que Michael Man fez um Anti-Miami Vice? Pois é, esta obra, do original, apenas bebeu os nomes dos personagens e o local da acção, tudo o resto é totalmente diferente, na prática estamos perante um novo filme, nem sequer se pode falar de uma recriação.

Ora esclarecendo este ponto, ou seja, para mim este é um novo filme. A pergunta que se coloca é: "E sendo um novo filme, é bom?"

Bem aqui o veredicto já não é tão linear, em primeiro lugar temos de reconhecer que Man adoptou uma abordagem que tipicamente é alvo de fortes criticas dos puristas do cinema, Mann resolveu utilizar camaras digitais para criar esta aventura de Sonny and Ricco. E reconheça-se, não é uma posição muito atreita ao reconhecimento por parte da crítica. No entanto, ao adoptar esta tecnologia Mann ganhou acima de tudo em dois aspectos. Por um lado a rapidez no processo de edição e montagem, o que para nós espectadores é nos totalmente indiferente, e por outro lado ganhou em termos de agressividade e ritmo narrativo e isso sim, o resultado é de facto fantástico a nível visual.

O look digital desta película é de facto na minha opinião, e de forma surpreendente, a sua grande mais valia. Ao longo de hora e meia somos brindados com um ritmo e com uma visão cinematográfica de facto fabulosa, com planos agrestes, movimentos de câmara alucinantes e uma crueza de imagem esfusiante e extraordináriamente real, enfim um festim para os amantes do cinema de acção e de imagens espectaculares. A cena em Sonny e Isabella rumam ao por do sol cubano para beber Mojitos é material de que são feitos os nossos sonhos.

Aliás esta história de amor não concretizado entre os dois sedutores é outra grande mais valia deste filme, e apesar de Gong Li ter um inglês quase incompreensível e um castelhano ainda mais miserável, a intensidade e tensão sexual que ela e Colin Farrel irradiam é fluminante, e muito mais do que as palavras trocadas o que impressiona é aquilo que não é dito mas sentido e passado, por olhares, por toque, por movimento, enfim uma lição de sensualidade.

Mas este filme não é de facto um obra perfeita, longe disso, se tirarmos este jogo entre Gong e Colin, se tirarmos a vertente tecnológica, o que fica é muito sensaborão. Uma história sem sobressaltos e pouco dada a surpresas, personagens demasiados bi-dimensionais e sem profundidade, uma prestação dos restantes actores a roçar o medíocre.

Enfim, o que Mann queria atingir com este seu regresso ás praias escaldantes de Miami, foi atingido plenamente, estamos perante um produto limpo, profissional e que abre as portas a um redimensionamento dos personagens Sonny e Ricco fazendo augurar as sequelas que de certeza aí virão.

Concerteza este franchise renasceu limpo e de cara lavada. O MVII vem aí de certeza.

COM INTERESSE

sábado, setembro 02, 2006

Al-Jenna-An (Aka: Paradise Now) [2005]



Crew
Hany Abu-Assad - Director / Screenwriter
Bero Beyer - Producer / Screenwriter
Antoine Heberle - Cinematographer
Sander Vos - Editor
Olivier Meidinger - Production Designer
Bashir Abu-Rabia - Art Director
Amir Harel - Co-producer
Gerhard Meixner - Co-producer
Hengameh Panahi - Co-producer
Roman Paul - Co-producer

Cast
Kais Nashef - Said
Ali Suliman - Khaled
Lubna Azabal - Suha
Amer Hlehel - Jamal
Hiam Abbass - Said's Mother




Comentário
Antes de mais, deixem-me começar pela lista intimidatória que acompanha o lançamento deste filme, numa única sala em Portugal, pasme-se!

Blue Angel Prize (win) 2005 Berlin International Film Festival
Best Foreign Language Film (win) 2005 Dallas-Ft. Worth Film Critics Associati
Best Foreign Language Film (win) 2005 Golden Globe
Best Foreign Language Film (win) 2005 National Board of Review
Best Foreign Film (win) 2005 Independent Spirit Award
Best Foreign Film (nom) 2005 Academy
Best Foreign Language Film (nom) 2005 Broadcast Film Critics Association


Temos de reconhecer que é no minímo impressionante, tanto a horda de prémios internacionais como o ostracismo a que foi vetado na velhinha sala do King, pelas nossas queridas distribuidoras.

Mas falando do que interessa, estamos perante um filme que não impressiona pela preocupação artística e cujos actores não deslumbram limitando-se a cumprir profissionalmente o seu papel. Sendo assim o que levou esta primeira obra de Hany Abu-Assad a ter o reconhecimento europeu e americano que está a ter (excepto Portugal, claro)?

As respostas são de facto muitas.
Passando ao lado da actualidade política que á partida garantiria alguma atenção.

Falemos das outras razões que me parecem estar na base da beleza emanente deste filme.

O facto de esta ser uma co-produção Israel-Palestiniana (com dinheiro Franco-Alemão pelo meio) permite de facto que esta viagem ao incompreensívelmente óbvio conflito que nos envergonha e que tem permitido um massacre de um povo que se viu usurpado da sua terra, seja uma viagem de facto tão lúcida e tão sem procuras de culpados, aqui o que se procura são os inocentes.

Um homem com um passado que determina o seu futuro, o suicida, uma jovem com um passado que determina o seu futuro, a apaixonada, um jovem sem passado e sem futuro, o perdido, este é o trio que na prática representa todo um povo explorado pelos outros e pelos seus. Um povo usado como arma de arremesso vingativa e ao mesmo tempo como alibi de vingança.

É aqui de facto que resiste a força deste filme, nas metáforas dictómicas e na história simples e sem juízos de valor. A fuga ao facilitismo religioso é evidente, não vemos um deus particular, embora ele seja invocado constantemente, todo o acto de oração é omitido ou pura e simplesmente humorizado, o que importa aqui é procurar contar uma história e não mostrar um olhar.

E a história é simples, reparem, os últimos dois dias de dois suicidas palestinianos, tão simples mesmo e ao mesmo tempo tão dificil esse caminho da simplicidade, Hany Abu-Assad está de parabens.

O final é algo de único, um final que corresponde ao ritmo do filme, impressionante.

Ainda mais quando presenciado numa sala de "CINEMA" onde as pessoas estão para desfrutar de um espectáculo e não para degustar pipocas e sorver coca-cola, se fosse assim este final passaria totalmente ao lado, assim na sala o silêncio falou forte, muito forte.

A VER