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sábado, setembro 02, 2006

Al-Jenna-An (Aka: Paradise Now) [2005]



Crew
Hany Abu-Assad - Director / Screenwriter
Bero Beyer - Producer / Screenwriter
Antoine Heberle - Cinematographer
Sander Vos - Editor
Olivier Meidinger - Production Designer
Bashir Abu-Rabia - Art Director
Amir Harel - Co-producer
Gerhard Meixner - Co-producer
Hengameh Panahi - Co-producer
Roman Paul - Co-producer

Cast
Kais Nashef - Said
Ali Suliman - Khaled
Lubna Azabal - Suha
Amer Hlehel - Jamal
Hiam Abbass - Said's Mother




Comentário
Antes de mais, deixem-me começar pela lista intimidatória que acompanha o lançamento deste filme, numa única sala em Portugal, pasme-se!

Blue Angel Prize (win) 2005 Berlin International Film Festival
Best Foreign Language Film (win) 2005 Dallas-Ft. Worth Film Critics Associati
Best Foreign Language Film (win) 2005 Golden Globe
Best Foreign Language Film (win) 2005 National Board of Review
Best Foreign Film (win) 2005 Independent Spirit Award
Best Foreign Film (nom) 2005 Academy
Best Foreign Language Film (nom) 2005 Broadcast Film Critics Association


Temos de reconhecer que é no minímo impressionante, tanto a horda de prémios internacionais como o ostracismo a que foi vetado na velhinha sala do King, pelas nossas queridas distribuidoras.

Mas falando do que interessa, estamos perante um filme que não impressiona pela preocupação artística e cujos actores não deslumbram limitando-se a cumprir profissionalmente o seu papel. Sendo assim o que levou esta primeira obra de Hany Abu-Assad a ter o reconhecimento europeu e americano que está a ter (excepto Portugal, claro)?

As respostas são de facto muitas.
Passando ao lado da actualidade política que á partida garantiria alguma atenção.

Falemos das outras razões que me parecem estar na base da beleza emanente deste filme.

O facto de esta ser uma co-produção Israel-Palestiniana (com dinheiro Franco-Alemão pelo meio) permite de facto que esta viagem ao incompreensívelmente óbvio conflito que nos envergonha e que tem permitido um massacre de um povo que se viu usurpado da sua terra, seja uma viagem de facto tão lúcida e tão sem procuras de culpados, aqui o que se procura são os inocentes.

Um homem com um passado que determina o seu futuro, o suicida, uma jovem com um passado que determina o seu futuro, a apaixonada, um jovem sem passado e sem futuro, o perdido, este é o trio que na prática representa todo um povo explorado pelos outros e pelos seus. Um povo usado como arma de arremesso vingativa e ao mesmo tempo como alibi de vingança.

É aqui de facto que resiste a força deste filme, nas metáforas dictómicas e na história simples e sem juízos de valor. A fuga ao facilitismo religioso é evidente, não vemos um deus particular, embora ele seja invocado constantemente, todo o acto de oração é omitido ou pura e simplesmente humorizado, o que importa aqui é procurar contar uma história e não mostrar um olhar.

E a história é simples, reparem, os últimos dois dias de dois suicidas palestinianos, tão simples mesmo e ao mesmo tempo tão dificil esse caminho da simplicidade, Hany Abu-Assad está de parabens.

O final é algo de único, um final que corresponde ao ritmo do filme, impressionante.

Ainda mais quando presenciado numa sala de "CINEMA" onde as pessoas estão para desfrutar de um espectáculo e não para degustar pipocas e sorver coca-cola, se fosse assim este final passaria totalmente ao lado, assim na sala o silêncio falou forte, muito forte.

A VER

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