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segunda-feira, setembro 11, 2006

Miami Vice [2006]


Crew
Michael Mann - Director / Producer / Screenwriter
Pieter Jan Brugge - Producer
Dion Beebe - Cinematographer
John Murphy - Composer (Music Score)
William C. Goldenberg - Editor
Paul Rubell - Editor
Victor Kempster - Production Designer
Carlos A. Menendez - Art Director
Seth Red - Supervising Art Director
Bryan H. Carroll - Co-producer
Gusmano Cesaretti - Co-producer

Cast
Colin Farrell - Sonny Crockett
Jamie Foxx - Ricardo Tubbs
Gong Li - Isabella
Naomie Harris - Trudy Joplin
Ciarán Hinds - FBI Agent Fujima
Justin Theroux - Detective Larry Zito
Barry "Shabaka" Henley - Lt. Martin Castillo
Luis Tosar - Montoya
John Ortiz - Jose Yero
Elizabeth Rodriguez - Gina Callabrese
Domenick Lombardozzi - Det. Switek




Comentário
Antes de mais, deixem-me dizer-lhes que nunca fui um fã da série original. Sempre achei o Don Johnson um pouquinho azeiteiro de mais para o meu gosto, e ainda por cima essa sua faceta nessa mesma série sempre me pareceu ainda ser mais realçada pelo próprio personagem.

Dito isto, percebe-se a minha relutância em assistir a um filme que à partida para além desse grande handicap, tinha ainda a desvantagem de ser uma remake, o que para mim é outro factor que me afasta.

Portanto, o que me levou a entrar na sala para assistir a este Miami Vice? Garanto que não fui empurrado e ameaçado para entrar na sala de cinema. O que me levou a arriscar ver este fita, foi apenas um único factor, Michael Mann.

De facto, o nome de Mann neste projecto foi a única razão que me fez entrar na sala de cinema, e em boa hora, verdade seja dita.

O profissionalismo e a frequente qualidade dos trabalhos de Mann (em 1992 "The Last of the Mohicans", em 1995 "Heat" e em 2004 "Collateral") são um indicador do tipo de filme que poderíamos encontrar. Confesso no entanto, que o facto de Mann ter sido o Produtor Executivo da série durante anos a fio me deixou até ao último momento receoso do resultado.

E surpresa das surpresas, não é que Michael Man fez um Anti-Miami Vice? Pois é, esta obra, do original, apenas bebeu os nomes dos personagens e o local da acção, tudo o resto é totalmente diferente, na prática estamos perante um novo filme, nem sequer se pode falar de uma recriação.

Ora esclarecendo este ponto, ou seja, para mim este é um novo filme. A pergunta que se coloca é: "E sendo um novo filme, é bom?"

Bem aqui o veredicto já não é tão linear, em primeiro lugar temos de reconhecer que Man adoptou uma abordagem que tipicamente é alvo de fortes criticas dos puristas do cinema, Mann resolveu utilizar camaras digitais para criar esta aventura de Sonny and Ricco. E reconheça-se, não é uma posição muito atreita ao reconhecimento por parte da crítica. No entanto, ao adoptar esta tecnologia Mann ganhou acima de tudo em dois aspectos. Por um lado a rapidez no processo de edição e montagem, o que para nós espectadores é nos totalmente indiferente, e por outro lado ganhou em termos de agressividade e ritmo narrativo e isso sim, o resultado é de facto fantástico a nível visual.

O look digital desta película é de facto na minha opinião, e de forma surpreendente, a sua grande mais valia. Ao longo de hora e meia somos brindados com um ritmo e com uma visão cinematográfica de facto fabulosa, com planos agrestes, movimentos de câmara alucinantes e uma crueza de imagem esfusiante e extraordináriamente real, enfim um festim para os amantes do cinema de acção e de imagens espectaculares. A cena em Sonny e Isabella rumam ao por do sol cubano para beber Mojitos é material de que são feitos os nossos sonhos.

Aliás esta história de amor não concretizado entre os dois sedutores é outra grande mais valia deste filme, e apesar de Gong Li ter um inglês quase incompreensível e um castelhano ainda mais miserável, a intensidade e tensão sexual que ela e Colin Farrel irradiam é fluminante, e muito mais do que as palavras trocadas o que impressiona é aquilo que não é dito mas sentido e passado, por olhares, por toque, por movimento, enfim uma lição de sensualidade.

Mas este filme não é de facto um obra perfeita, longe disso, se tirarmos este jogo entre Gong e Colin, se tirarmos a vertente tecnológica, o que fica é muito sensaborão. Uma história sem sobressaltos e pouco dada a surpresas, personagens demasiados bi-dimensionais e sem profundidade, uma prestação dos restantes actores a roçar o medíocre.

Enfim, o que Mann queria atingir com este seu regresso ás praias escaldantes de Miami, foi atingido plenamente, estamos perante um produto limpo, profissional e que abre as portas a um redimensionamento dos personagens Sonny e Ricco fazendo augurar as sequelas que de certeza aí virão.

Concerteza este franchise renasceu limpo e de cara lavada. O MVII vem aí de certeza.

COM INTERESSE

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