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sexta-feira, junho 30, 2006

Gozu [2003]



Cast
Hideki Sone - Minami
Sho Aikawa - Ozaki
Kimika Yoshino - Female Ozaki
Shohei Hino - Nose
Keiko Tomita - Innkeeper
Harumi Sone - Inkeeper's brother
Ryo Ishibashi - Boss

Crew
Takashi Miike - Director
Kana Koido - Producer
Harumi Sone - Producer
Sakichi Sato - Screenwriter
Kazunari Tanaka - Cinematographer
Koji Endo - Composer (Music Score)




Comentário
Que Takashi Miike é um dos mais profíquos criativos que nos chega da Terra do Sol Nascente, já todos nós sabemos.

Que Takashi Miike é um cineasta de extremos, em que se ama incondicionalmente ou se odeia visceralmente a sua obra, já todos nós sabemos.

Que Takashi Miike é detentor de um percurso de obras recheadas de bizarro, macabro, humor negro e sátira social levada a extremos inusitados, já todos nós sabemos.

No entanto, acreditem quando vos digo que esta obra de Miike é uma ode á loucura que surpreende mesmo os mais bem preparados fãs.

A colaboração de Takashi com Sakichi Satô, que já havia produzido o script para o fabuloso "Ichi The Killer", resultou numa bela e demente versão de "Alice no País das Maravilhas".

O filme é de facto algo de extraordinário, e não só ao nível do conceito artístico presente em todas as suas dimensões, com diálogos fortes, um desempenho de actores intocável, uma fotografia cheia de intenção que acerta na mouche; mas também ao nível da temática e da forma como esta é abordada causando ao espectatador uma desconcertante sensação de mau estar e de perca de racionalidade.

O que mais marca nesta viagem á mente de Minami, um louco yakuza brilhantemente representado por Hideki Sone, é a sensação angustiante de que entramos num mundo que ultrapassa o todos os nossos conceitos de sanidade, e isso causa-nos um confortável desconforto.

O leite materno engarrafado, o empregado de mesa morto que usa sutian, o par de gémeos siameses vestidos de mulher, o chefe da máfia com uma colher no anûs para atingir a sua masculinidade, o pretenso doente mental com capacidades mediúnicas, a mulher que aparece inexplicávelmente do homem, a lixeira que produz pele humana para fins indecifráveis; tudo isto são apenas algumas das imagens e dos conceitos com os quais temos de lidar nestas duas horas.

A crescente e insana alegoria ao nascimento, á maternidade e á presença da nossa femininidade não vai deixar ninguém indiferente nesta experiência alucinogénea.

Esta é definitivamente a grande obra de culto numa carreira de culto, é um filme tão lynchiano que o próprio não desdenharia ter criado.

Gozu, traduzido á letra seria "Cabeça de Vaca", e de facto nada mais apropriado para baptizar esta experiência.

terça-feira, junho 27, 2006

Mary [2006]



Cast
Matthew Modine - Tony Childress
Juliette Binoche - Marie Palesi
Forest Whitaker - Ted Younger
Heather Graham - Elizabeth Younger
Marion Cotillard - Gretchen
Stefania Rocca - Brenda Sax
Jean Leloup - Jean-Yves Leloup
Amos Luzzatto - Amos Luzzatto
Elaine Pagels - Elaine Pagels

Crew
Abel Ferrara - Director / Screenwriter
Alberto De Nigris - Producer
Fernando Sulichin - Producer
Mario Isabella - Screenwriter / Co-producer
Simone Lageoles - Screenwriter
Francis Kuipers - Composer (Music Score)




Comentário
A melhor deixa deste filme surge quando numa entrevista televisiva o apresentador pergunta ao cineasta porque este resolveu fazer um filme sobre a vida de Cristo, ao que este responde "Gibson fez um bilião de Dolares". Este é o mote de todo o filme: Quê?

Pouco convincente em todas as suas premissas, este "Mary" foi filmado em quase permanente escuridão em todas as suas vertentes criativas e com poucas tentativas para tornar o que quer que seja claro.

Ao longo de todo o filme somos confrontados com cenas cruzadas indistintamente de Mary na terra santa, do filme durante o filme, Whitaker a sofrer um esgotamento emocional, e no meio de tantos saltos narrativos é dificil entender o que tudo isto significa, se é que significa alguma coisa.

Segundo percebi, este projecto de Ferrara tem origem em Jean-Yves Leloup, um historiador que traduziu o Gospel de Maria Madalena e que pretendia fazer uma adaptação cinematográfica, de facto Leloup até aparece em Mary como ele próprio, o que parece indicar o caminho que Ferrara pretende seguir.

No entanto, invés de fazer um filme de cariz religioso, ele utiliza esta ideia de um filme fictício sobre a vida de cristo de onde extrai depois várias narrativas paralelas mas desconexas e desenquadradas, óbviamente, o resultado não foi famoso.

Existe no entanto, uma breve temática feminista que parece indiciar que esta obra menor de Ferrara procurar ser um ténue contraponto ao "Hype" de Dan Brow, confesso que nem li, nem vi, nem estás nas minhas prioridades literárias de verão a leitura desse blockbuster literário, mas pelo menos o objectivo de Brown e de Howard era claro e cristalino o de Ferrara é escuro e nebuloso.

Enfim, Whitaker e Graham fazem apesar de tudo um trabalho profissional no desempenho de um casal ameaçado com a perca do seu filho recem nascido.

Binoche pouco pode fazer com o seu personagem, uma vez que Ferrara nada fez para dar conteúdo a Marie o que torna o seu destino para nós indiferente.

Quanto ao desgraçado do Modine, fica preso a um cineasta mesquinho e convencido, e que trata os reporters por "Baby". Pois.

sábado, junho 24, 2006

Brokeback Mountain [2005]



Cast
Heath Ledger - Ennis Del Mar
Jake Gyllenhaal - Jack Twist
Michelle Williams - Alma
Anne Hathaway - Lureen Newsome
Linda Cardellini - Cassie
Anna Faris - Lashawn Malone
Randy Quaid - Joe Aguirre

Crew
Ang Lee - Director
Diana Ossana - Producer / Screenwriter
James Schamus - Producer
Larry McMurtry - Screenwriter / Executive Producer
E. Annie Proulx - Short Story Author




Comentário
Até que ponto um homem com medo de revelar as suas emoções é levado a uma eminente implosão psicológica alimentada pela sua incapacidade de se exprimir? Esta poderia ser a pergunta que teria como resposta perfeita este filme.

O que mais nos marca nesta história é um Heath Ledger, brilhante, que consegue guarnecer de uma beleza extrema o seu personagem, um homem rude, fruto de uma terra agreste, que por um número diverso de razões não consegue partilhar os seus sentimentos com ninguém a não ser com o amor da sua vida, e mesmo perante este, nunca na sua totalidade.

O facto de este amor ser outro homem, é mais uma razão que reforça a inevitabilidade de guardar as suas emoções para si próprio. Já Jack Gyllenhaal que interpreta Jack Twist, o mais livre do par, funciona como um contraste muito adequado ao equilibrio desta história de amor.

A forma inteligente como Ang Lee nos permite observar o relacionamento do par romântico com as suas esposas, possibilita ao expectador desfrutar de uma experiência poucou usual em filmes que abordam esta temática. Ou seja até que ponto pode ir o esforço inglório de adaptação a uma vida socialmente correcta.

É Neste cenário domeéstico que percebemos que o affair de Ennis não é de facto a razão do fracasso do seu casamento mas sim a sua incapacidade de se exprimir e de ser feliz. E aqui somos confrontados novamente com o contraste entre Enis e Jack, já que o segundo sempre demonsta uma maior liberdade na forma de encarar as suas emoções e as suas necessidades, desta maneira vemos um Jack alegre, quase integrado sempre procurando satisfazer os seus desejos mas tendo um fim trágico e por outro lado um Ennis sempre a combater os seus sentimentos e procurando uma integração familiar e social que sente ser impossível.

A cena final do filme é outra das maravilhas deste filme, na medida em que procurando num frame time tão curto efectuar um flashback, se apresenta maliciosamente como um anti climax, mas é neste momento nos apercebemos de tudo o que Ennis passou e compreendemos o quanto ele mudou.

Quem se refere a esta obra como um mero filme sobre a homosexualidade está "apenas" a ser liminarmente obtuso. Este é um filme sobre um amor impossível, é um filme que nos mostra que uma sociedade repressiva e preconceituosa pode destruir toda a capacidade de expressão emocional de um ser humano, mas acima de tudo é um filme que não procura mais do que mostrar o interior do coração de um homem preso na sua inarticularidade. Simples, não é?

Notícias: Cool Stuff da Unearthed Films

Bem pessoal, não sei se já ouviram falar da Unearthed Films, mas se não, tá na hora de ouvirem.

A última NewsLetter que recebi deles veio cheia de óptimas novidades, perdoeem-me o spam mas julgo que é por uma boa causa. Porque estes tipos produzem coisas que estão na minha categoria de "Cool Stuff".



Começo pelo filme animado, "[B]City of Rott[/B]" (neste caso uma "extended version" feita só para a Unearthed) está previsto release no mercado do DVD para o dia 8 de Agosto. Uma semana depois vejam a release do filme Russo "[B]Nails[/B]", se gostam de Gore Cinema, este filme é um festim total.

Se estiverem interessados em fazer a reserva dos vossos exemplares cliquem.






Uma nova versão do maravilhoso "Bone Sickness" de Brian Paulin sairá também nesta altura, esta nova versão será a versão Uncut com todo o Gore que foi retirado na versão que saiu recentemente no mercado DVD. É também referido que a Unearthed está a co-produzir o "Bone Sickness 2" em conjunto co o Paulin, sendo que este numa entrevista recente prometeu que esta segunda parte será ainda mais "disgusting" que a sua prequela.
Mais uma vez se quiserem fazer a vossa pre-reserva, neste caso a data que eles apontam é o dia 28 de Agosto, cliquem aqui.

O segundo filme do director do estranho "Nails", Andrey Iskanov, "Visions Of Suffering", deverá sair em Setembro, embora nesta caso a data não seja oficial.





Finalmente, a tão aguardada release do trabalho muito elogiado de Frank Henenlotter, "Frankenhooker", tem data marcada para Outrubro, mesmo a tempo do Halloween.



Ah, eu sei que já disse finalmente, mas de facto parece que a "Horror Factory" da Unearthed entrou em velocidade de cruzeiro, existe um monte de titulos na linha de saída, como por exemplo o propalado "Canibal", os "Red Room Films", e carradas de German splatter, daquelas que provavelmente muitos poucos de nós tiveram a oportunidade de conhecer.

Por isso aconselho-vos que vão ao site oficial deles aqui , ou então tornem-se amigos da Unearthed através do Myspace deles aqui concerteza que não se vão arrepender.

Notícias: Masters of Horror versão Italiana



De facto temos de reconhecer que o cinema de terror italiano nunca mais foi o mesmo desde os bons tempos de génios com Bava, Luci e Argento, no entanto e apesar desta continua decadência o cheirinho a italiano nunca desapareceu definitivamente do olfacto dos cinéfilos que gostam de uma boa dose de gore no escurinho da sala de cinema e de preferência sem acompanhamento pipoqueiro.

Para esses eternos saudosistas, existe esperança, fartos de ceder á vontade das grandes produtoras que nos ultimos anos chacinaram películas com a escusa de proteger os espectadores e manter o bom senso, o Instituto Luce, Luciano Martino e a Turin Film Comission anunciaram oficialmente no Museu de Cera de Roma o lançamento de "Masters of Italian Horror".

Este é um projecto independente e alternativo "made in italy" e que tem já definido a produção de quatro películas, apesar de o nome desta série ter origem no bem conhecido "Masters of Horror" coordenado por Mike Harris este projecto pouco mais partilha com o seu homónimo americano, para além do nome claro. A grande expectativa deste projecto está na sua concepção de proporcionar aos quatro realizadores de serviço total liberdade criativa, sendo garantido que não haverá qualquer tipo de "cut" na sua fase de pósprodução.

Quanto aos 4 filmes, eis o que está programado:

"Horror Baby" de Umberto Lenzi, trata a história de uma rapariga que se torna uma serial killer após ter assistido pela sua janela a uma cena de sexo entre os seus vizinhos.

"Murder House" de Lamberto Bava, neste caso vamos ser hospedes numa "Villa" de um músico onde a morte é um acontecimento diário e frequente.

"The Corners of the Night" de Sergio Martino, história que gira em torno dos fenómenos paranormais que uma jovem enfrenta quando passa uma noite na casa da sua avó.

"Brotherhood" de Nicola Rondolilino, uma história de vingança de um grupo de crianças fantasmas que foram raptadas e assassinadas por uma rede de pedopornografia.

As filmagens estão previstas começarem nos Alpes e o orçamento previsto para esta tetra produção é considerado irrisório pelo que a criatividade terá de ser um requesito essencial para o sucesso deste pequeno mas ambicioso projecto.

Por mim, estou com muita expectativa para ver o que vai sair daqui uma vez que as cabeças envolvidas nesta concepção são bastante criativas.

sexta-feira, junho 23, 2006

O meu "Sleepless in Seatle"

Este era o filme que eu faria se me tivessem dado o argumento "Sleepless in Seatle"





Meet the Fockers [2003]



Cast
Robert De Niro - Jack Byrnes
Ben Stiller - Greg Focker
Dustin Hoffman - Bernie Focker
Barbra Streisand - Roz Focker
Blythe Danner - Dina Byrnes

Crew
Jay Roach - Director / Producer
Robert De Niro - Producer
Jane Rosenthal - Producer




Comentário
Bem, nem sei por onde começar, o filme é uma desgraça, mau muito mau, previsível, inundado de clichés, piadas “à Malucos do Riso”, personagens estupidamente maniqueístas, enfim um daqueles produtos típicos para rentabilização de sucesso anterior, e Hollywood sempre foi muito profícua nessas situações (meu deus como foi possível aqueles Matrix 2 e 3?)

O recurso rebuscado das piadas com os animais, agora nesta segunda versão com o complemento de um cão para garantir o já nosso conhecido Gato (just in case), resulta insuficiente.

Nem mesmo a inenarrável utilização de outro cliché das comédias americanas o sempre garantido bebé (por falar disso, assim de repente não me lembro de ver sketches com bebés nos mestres Monty Python) consegue salvar o pacote
E ainda por cima o realizador resolveu dar uma de educador das massas e ensinarmos o que está bem e o que está mal na educação dos nossos filhos.

De facto, custa ver actores com o gabarito de Robert de Niro ,agora numa de ganhar uns trocos, fazer repetidas sequelas de filmes que até na sua versão primeira resultaram muito bem (vide “Analyze this” e “Meet the Fockers”) prestarem-se a este tipo de papeis sem o mínimo de respeito pelo seu passado. Money talks.

Já nem falo de Dustin, ou até mesmo de Ben Stiller, actores que claramente são capazes do melhor e do pior, no caso do Ben, do piorzinho mesmooooo.

E no fim de contas é uma pena, porque a prequela deste filme havia resultado como uma comédia extremamente agradável e divertida, com momentos cómicos extremamente bem conseguidos, com o confronto Robert de Niro / Ben Stiller a proporcionarmos momentos hilariantes.

Desta vez o filme perde-se em tentativas infrutíferas de recopiar os sketches do seu antecessor (o gato puxador de autoclismo, o circulo da verdade, o passado CIA do Sogro, o ex namorado ainda apaixonado mas bronco que nem uma porta, e a lista continua) o problema é que esse filme já vi, e uma vez tem graça, depois ...

Enfim, o americano Jay Roach, cujo maior contributo para o nosso divertimento havia sido as séries Austin Power, na minha opinião acabou por se deixar levar pelo caminho mais fácil; porquê? Vá-se lá perceber.

terça-feira, junho 20, 2006

The Descent [2005]



Cast
Shauna MacDonald - Sarah
Natalie Mendoza - Juno
Alex Reid - Beth
Saskia Mulder - Rebecca
Nora-Jane Noone - Holly
MyAnna Buring - Sam

Crew
Neil Marshall - Director / Screenwriter
Christian Colson - Producer
Sam McCurdy - Cinematographer
David Julyan - Composer (Music Score)




Comentário
Ora aqui está um grande exemplo de um bom filme de terror.

No entanto, e surpreendentemente, a história deste filme passa de facto ao lado de muita gente que se limita a ficar pelos litros de sangue e pelos "Golums de serviço" que preenchem todo o filme.

E na verdade, este é um filme que retrata não uma descida a uma simples gruta mas sim uma descida ao inferno pessoal da personagem principal, e tudo isto "á lá" boa maneira de Silent Hill, é um filme não de redenção mas de derrota perante os nossos demónios interiores, é um caminho para o reconhecimento da nossa demência, e de facto surpreende que a sua verdadeira dimensão tenha passado ao lado de muito boa gente uma vez que os sinais estão lá todos e bastante óbvios.

Esta é de facto uma obra que nos ajuda a recuperar o bom cinema de terror dos anos 80, com a exploração da vertente psicológica e o lado maligno da nossa dimensão onírica, e isto é deveras importante numa altura em que os fãs do terror nao tem muito material de escolha (a new vague cada vez mais repetitiva oriunda do oriente, a velhinha e resistente corrente de stab movies, o regresso aos clássicos com a enxurrada de remakes e os pouco imaginativos snuff wanabees), esta obra cai como uma ginja num prato de esparguete, ou seja, com poucas possibilidades de ser apreciada e isso é uma pena.

segunda-feira, junho 19, 2006

Noticias : Jigoku finalmente lançado no mercado ocidental



Finalmente, a Criterion e a Image Entertrainment anunciaram a release do extraodinário clássico de 1960, "Jigoku".

Com um look surrealmente maravilhoso e a construção de um imaginário gráficamente alucinante e oniríco. Esta obra prima do cinema fantástico apresenta-se como uma das maiores injustiças da democracia cultural contemporânea, finalmente essa dor no coração que muitos cinéfilos padeciam irá ser atenuada.

Jigoku é a abordagem japonesa ao Inferno de Dante, levando-nos numa viagem gráficamente luxuriante com ponto de paragem em todas as secções desse Inferno. O efeito visual deste filme é de facto extraordinário, mesmo quando compararmos com os actuais standards.

Special features deste lnaçamento no mercado DVD ocidental [Info retirada directamente do Site Oficial]:
Criterion

"
-Galleries of posters from selected Nakagawa and Shintoho Studio films
- Theatrical trailer
- New, restored high-definition digital transfer
- "Building the Inferno," a new documentary on Nakagawa and the making of the film
- New and improved English subtitle translation
- New essay by noted Asian cinema critic Chuck Stephens
"

A data de chegada ás lojas está prevista para o dia 19 de Setembro, já agora aproveito a oportunidade para dar mais uma novidade fabulosa, na mesma data a Criterion vai lançar um Pacote de 3 Discos de uma das maiores obras da história do cinema, a obra prima de Kurasawa "Seven Samurai".

Enfim um dia cheio de acontecimentos fantásticos, marquem aí nos vossos calendários: 19 de Setembro de 2006, se forem como eu reservam já a vossa cópia aqui

domingo, junho 18, 2006

Noticias: Perfume de Suskind adapatado para Cinema



Esta é para enorme legião de fãs de "Perfume", o livro mais popular de P. Suskind.
Está em fase de finalização a adaptação cinematográfica deste romance que apaixonou tanta gente.

Alan Rickman e Dustin Hofman são os cabeças de Cartaz deste projecto que tem como nome de guerra "Perfume: The Story of a Murderer",e apesar de estes não serem nomes que me vêem á cabeça sempre que penso em cinema de terror, são dois veteranos que á partida são garantia de uma performance sólida e de qualidade.

Recentemente lançado o site do filme, contêm inúmeras fotos da produção, acesso ao último trailer comercial, alguns Wallpapers para os mais entusiastas, e uma sinopse do enredo bastante detalhada.

Para quem não está familiarizado com esta obra, o romance em questão trata da história de um homem que nasce sem qualquer tipo de odor corporal e que desenvolve uma obsessão em capturar o perfume feminino perfeito.

A data de release está prevista nos "states" para o dia 8 de Dezembro. Para mais info, vejam o site aqui.

Boken Flowers [2005]



Cast
Bill Murray - Don Johnston
Jeffrey Wright - Winston
Sharon Stone - Laura
Frances Conroy - Dora
Jessica Lange - Carmen
Tilda Swinton - Penny
Julie Delpy - Sherry

Crew
Jim Jarmusch - Director / Screenwriter
Jon Kilik - Producer
Stacey Smith - Producer




Comentário
Sou pouco conhecedor do cinema de Jim Jarmush. Dos seus trabalhos mais longínquos conheço apenas o desigual “Night on Earth” (1991), considerado o pior dos seus primeiros trabalhos. Dentro dos seus filmes mais recentes, tenho alguma dificuldade com o conceito de “Coffee and Cigarettes” (2003), mas considero interessantíssima a enorme melancolia presente em “Ghost Dog: The Way of the Samurai” (1999). Esta melancolia será o cerne da obra de Jarmush (cada vez mais tenho vontade de descobrir os seus primeiros trabalhos) e isso nota-se muito bem neste “Broken Flowers”.

E quem mais perfeito que Bill Murray para personificar essa melancolia? Sim, Jarmush escreveu o argumento a pensar nele. De facto, até admira só agora trabalharem juntos (à parte de um dos “sketches” de “Coffee and Cigarettes”). Murray, repito, é perfeito. Quero lá saber se começa a ser “typecasted” ou não, ele é perfeito neste papel de uma enorme tristeza, ajustando-se como poucos ao burlesco mais desesperado. Quem o substituiria aqui, ou nos filmes de Sofia Coppola e Wes Anderson, com os mesmos resultados?

Bill Murray é Don Johnston (delicioso nome) e começa o filme a ser abandonado pela presente namorada (Julie Delpy). Também logo no princípio, recebe uma carta anónima de uma das suas antigas namoradas – recorde-se, ele é um Casverdadeiro Don Juan – a dizer que, há muito tempo, ela teve um filho dele. Com muita insistência do seu amigo e vizinho Winston (grande Jeffrey Wright) vai partir para uma viagem pelos Estados Unidos, cujo objectivo é reencontrar as quatro mais fortes possibilidades de ter enviado a carta e, assim, encontrar o seu filho. As quatro mulheres? Sharon Stone, Frances Conroy, Jessica Lange e Tilda Swinton.

Em todos os encontros Murray “investiga” as pistas que o ajudem a descobrir a remetente da carta. Com Stone há um momento excelente envolvendo a filha e, no final, Don mostra a sua vertente irresistível. Com Conroy (mais bela que nunca) descobre a ex-hippie transformada na mulher de meia-idade, casada, casa horrível no subúrbio, em resumo, infeliz. Neste episódio temos o momento mais hilariante de todo o filme – Murray a comer a cenoura do seu prato. Com Lange temos o mais fraco dos episódios, ela uma espécie de “médium” para animais. Por último, com Swinton, temos o mais ambíguo dos episódios que nos junta a Don e à sua confusão interior.

Para além de realçarem a personagem Don Johnston – afinal, o mais importante de todo o filme – esta viagem significa também o preâmbulo por uma América interior cheia de personagens derrotadas e agora sufocadas pelos “décors” onde se inserem. É a faceta de “crooner” do seu país, de Jarmush.

Tudo em “Broken Flowers” é desesperado, mas tudo é trabalhado em surdina, ao melhor nível de Jarmush – parece-me essa a grande dificuldade de muitos com este filme. Essa e o facto de não se perceber que estamos na presença de um crise de meia-idade inultrapassável. Desde o princípio, com aqueles longos e belos planos de Don na sua enorme sala de estar a gritar solidão. Nem seria preciso o final para se chegar a essa conclusão. Mas Jarmush insiste, e nós agradecemos, em oferecer-nos aquele jovem perdido e, sobretudo, aquele carro com um jovem (filho de Murray na vida real) a olhar pela janela. Depois temos aquele “travelling” à volta de Murray que faz o filme acabar exactamente onde começou, e este é o grande elogio que tenho para fazer a Jim Jarmush.

sexta-feira, junho 16, 2006

Capote [2006]



Cast
Philip Seymour Hoffman - Truman Capote
Catherine Keener - Nelle Harper Lee
Clifton Collins, Jr. - Perry Smith
Chris Cooper - Alvin Dewey
Bruce Greenwood - Jack Dunphy

Crew
Bennett Miller - Director
Caroline Baron - Producer
Michael Ohoven - Producer
William Vince - Producer
Gerald Clarke - Book Author
Adam Kimmel - Cinematographer





Comentário
"Boneca de Luxo" e alguns argumentos bem sucedidos para a industria do cinema de hollywood permitiram a Truman Capote guindar-se a um estatuto de reconhecimento na comunidade artística Nova Yorquina, é esta a imagem falaciosa que Miller nos dá no inicio. Mas nem tudo o que parece é, como muito bem Capote nos lembra algures no meio desta viagem.

Este é um filme que funciona de certa forma como uma espécie de tautologia, na medida em que utiliza o próprio modelo criativo criado por Capote, "Non Fiction Novel", para ao longo de cerca de duas horas nos levar numa viagem á mente de um personagem manipulador, egocêntrico, criativo e ao mesmo tempo generoso.

O que mais assombra nesta película é que estas dimensões da personagem criada pelo brilhante desempenho de Hofman são deveras desconcertantes, de facto estamos perante um homem que tem tudo para ser rejeitado pela sociedade, para ser marginalizado, tudo fruto de um passado problemático e de uma idiossincrasia pessoal muito marcante, e no entanto, de forma inexplicável (apenas no ínicio do filme, no final tudo se torna claro), este homem ultrapassou todos os seus handicaps e triunfou.

Tudo parece bem no inicio da história, até que Capote é confrontado com um crime horrendo que o faz retornar ao seu passado, e aqui o realizador faz-nos embarcar numa viagem á descoberta de quem foi verdadeiramente este personagem tão peculiar, tudo este processo de regresso ás origens é fomentado primeiro com a descoberta das referências espaciais do autor com o regresso ao isolamento da "pequena cidade" e depois através do confronto com o seu alter ego que se apresenta tal com ele, como um homem profundamente desconcertado e vítima das sua próprias emoções e medos.

Este processo de confrontação entre os dois lados de um destino, como tão bem Capote confidencia para Nelle ("He is like a brother that live with me all time and some night he left through the back door and i left trough the front door) e mais tarde reforçada pelo "snapshot" de Capote e Perry, é o que domina totalmente este filme.

O destino deste confronto está traçado, no entanto, no inicio a natureza manipuladora de Capote consegue dominar mas lentamente o remorso e a sua natureza frágil vão contaminando todas as sua defesas construídas ao longo da sua vida, acabando este por sucumbir inevitávelmente, transformado-se ele próprio no condenado.

Todo este processo de destruição de um mito, de um "cromo difícil" é filmado por B. Miller de uma maneira extraordinária, preenchendo-nos a memória com imagens bizarras e ao mesmo tempo divertidas, mas sempre servidas da forma certa. Impressiona acima de tudo a mestria como esta história nos é entregue, ainda para mais quando estamos perante uma primeira obra.

Ultima nota para o desempenho perfeito de Philip Seymour Hoffman que o coloca a par de Heath Ledge como um dos grandes favoritos para os óscares deste ano.

MurderBall [2004]



Cast
Joe Soares
Mark Zupan
Keith Cavill

Crew
Henry Alex Rubin - Director / Cinematographer
Dana Adam Shapiro - Director / Producer
Jeff Mandel - Producer
Conor O'Neill - Editor
Geoffrey Richman - Editor
Christian Ettinger - Co-producer
Sara Alize Cross - Associate Producer




Comentário
Ora aqui está uma bela surpresa, este documentário sobre um desporto que eu desconhecia totalmente.

Começando pela temática, estão a ver o Mad Max, certo? Agora coloquem-no numa cadeira de rodas, pois é, este é o tipo de pessoas que vão encontrar neste inesperado estudo sobre a capacidade humana de superar a adversidade.

De facto, estamos perante um conjunto de pessoas que devido acidentes ou uma qualquer doença se viram confinados a uma cadeira de rodas para o resto da sua vida, mas invés de se conformarem com uma vida vegetativa e de autocomiseração, resolvem artilhar as suas cadeiras á "lá mad max" e irem para um ringue atropelar-se violentamente e sem contemplações. A este inusitado desporto deram o nome de MurderBall, e o sucesso foi tão grande que obteve reconhecimento olimpíco e é neste momento um desporto com milhares de particantes em todo o mundo e movimenta paixões onde quer que se pratique.

A abordagem de Henry (que já tinha estado envolvido em projectos extremamente interessantes como "Copland" e "Girl, Interrupted") e Dana nesta temática é muito bem conseguida, acabamos por nos abstrair do facto de estarmos perante individuos tetraplégicos e conseguimos de facto encará-los e vê-los como homens que lutam e enfrentam os mesmos desafios que cada um de nós, arranjar um emprego, relacionar-mo-nos com os outros, encontrar ou manter a pessoa amada, etc.

Julgo que esta é a grande força deste filme, o que trespassa da tela é a vida de desportistas competitivos, egocêntricos, divertidos e lutadores e não a vida de um conjunto de "coitadinhos" em cadeira de rodas que procuram chamar a nossa atenção para os seus handicaps. É de facto uma bela lição de vida.

Finalmente uma referência para o grande idolo mundial neste desporto, um tal de Joe Soares, que pois é, é um Português e representa toda essa competitividade e vontade de vencer destes desportistas.

Faz-nos pensar, a forma como ele tão friamente nos retrata como nação quando comenta que em Portugal não teria a miníma hipotese de viver uma vida normal porque aqui na terrinha encaramos os deficientes motores como um grupo de coitadinhos e desgraçados incapazes de fazer seja o que for. Uma coisa é certa eu não ia para o ringue com ele. :mrgreen:

Daremo Shiranai [Ninguém Sabe] [2004]



Cast
Yuya Yagira - Akira
Ayu Kitaura - Kyoko
Hiei Kimura - Shigeru
Momoko Shimizu - Yuki
Hanae Kan - Saki
You - Fukushima, Keiko

Crew
Kore-Eda Hirokazu - Director / Editor / Producer / Screenwriter
Hirokazu Koreeda - Director / Editor / Producer / Screenwriter
Yutaka Yamazaki - Cinematographer
Yamazaki Yutaka - Cinematographer
Gontiti - Composer Music Score




Comentário
De facto, o Paulo Branco, tem feito mais pela cultura em Portugal do que todos os secretários e ministros da cultura fizeram todos juntos nos últimos 10 anos. A Medeia, com a divulgação nas suas salas de obras de outros quadrantes, nomeadamente do que vem dos países para lá do Sol Nascente, tem lutado de forma quixotesca contra esta ditadura anglosaxónica na nossa cultura.

Graças a esse esforço temos tido a possibilidade de ver obras que passaram ao lado do nosso circuito comercial afundado cada vez mais em obras menores e "clónicas" que se limitam a estupidificar e enfadar.

Obras como o 3...Extremes, Ferro 3, são alguns exemplos de pedradas no charco de que este "Ninguém Sabe" é o exponte máximo.

Vejo cinema desde que me conheço, já vi milhares de filmes oriundos de todo o mundo em salas dos quatro cantos (perdoem-me a atitude pseudo), e este é definitivamente o filme que mais me fez "sentir", foram 120 minutos intensos que tive a felicidade de desfrutar na velhinha sala do King.

Este é um filme seco, alegre, frio, carinhoso, cruel, poderoso e repleto de luz.

Um estudo sociológico sobre a alienação das nossas cidades, o caminho para a desumanização humana, o non-sense do progresso tecnológico.

Tinha tanto para dizer sobre este filme mas concerteza que ficarei sempre aquém da experiência única de estar lá no escurinho do cinema e a desfrutar esta obra prima de Hirokazu Kore-eda.

Só duas coisas coisas antes de terminar, a fabulosa interpretação das 4 crianças que apesar de nunca terem representado estão simplesmente magistrais, especialmente Yagira Yuya, que aos 14 anos ganhou o prémio da interpretação em Cannes; e uma imagem que não esquecerei jamais, duas crianças transportam numa mala rosa, transformada em caixão, o corpo sem vida da sua irmâ e enterram-na no solo do aeroporto, suprema ironia a imagem do expoente civizacional como pano de fundo a um enterro tão injusto.

Enfim, vão ver e sintam.

Notícias : Uwe Boll desafia Tarantino e os seus critícos para resolverem as coisas no Ringue



Toda a gente já gozou com o facto de achar que Uwe Boll é um tipo totalmente louco, as alarvidades que esse senhor diz, para além das que faz, sempre me levaram a acreditar que de facto o tipo não joga com o baralho todo. Mas desta vez o excêntrico director alemão excedeu-se e levou as coisas para a estratosfera da insanidade só ao alcance de um Vincent McMahon.

Tudo começou com uma press release para anunciar o sucesso que foi o lançamento de BloodRayne em DVD e a apresentação do próximo projecto do alucinado realizador, desta feita uma pelicula não baseada num Videojogo (finalmente).

Qual não é o meu espanto quando leio o comunicado que emanou nesta press release, com a cortesia do site Skewered & Reviewed passo a reproduzir esse comunicado surreal:

"
Again the fans have shown that the critics of Uwe Boll are out of touch with what the general movie audience population wants. Dr. Boll has continually been roasted for the films he has directed and produced. His last two films, House of the Dead & Alone in the Dark, cost $20 million but they have grossed over $110 million to-date. The same negative reactions from some of the same press and the Internet critics are now being directed at Uwe Boll's latest film, BloodRayne.

Dr. Uwe Boll has had enough! Uwe Boll’s position is "I am fed up. I’m fed up with people slamming my films on the Internet without see them. Many journalists make value judgments on my films based on the opinions of one or two thousand Internet voices. Half of those opinions come from people who’ve never watched my films. I have been told that "BloodRayne" has a very bad IMDb rating, but how many of those votes of zero were made before the movie appeared in theatres." The criticism goes on and on.

Uwe is now challenging the critics that failed to watch his films prior to reviewing or commenting to "PUT UP OR SHUT UP!"

Before we go any further I'd just like to ask why can't Stephen Sommers or Paul WS Anderson or Jim Wynorski follow this man's lead?

Towards the end of the filming of Postal the 5 most outspoken critics will be flown into Vancouver and supplied with hotel rooms. As a guest of Uwe Boll they will be given the chance to be an extra/stand-in in Postal and have the opportunity to put on boxing gloves and enter a BOXING RING to fight Uwe Boll. Each critic will have the opportunity to bring down Uwe in a 10 bout match. There will be 5 matches planned over the last two days of the movie. Certain scenes from these boxing matches will become part of the Postal movie. All 5 fights will be televised on the internet and will be covered by international press.

To be eligible you must be a critic who has posted on the internet or have written in magazines / newspapers at least two extremely negative articles in the year 2005. Critics of 2006 will not be considered. Please submit proof of your negative reviews & comments via e-mail here.

info@boll-kg.de

All challengers must be healthy males, weighing between 64 kilograms (140 lbs.) and 86 kilograms (190 lbs.). You will require to be physically examined by a doctor and sign the necessary release forms for liability, etc. You will not be paid or entitled to any residuals or fees. Your transportation & hotel costs will be covered.

Dr. Uwe Boll’s invitation to fight and/or appear in his film is extended to all his harshest critics. Roger Avary and Quentin Tarantino are among the most eligible candidates.

The following posters to the IMDb have earned the right to be placed on the list of the most extreme anti-Boll critics and are therefore eligible to enter the contest. Contestants will be chosen to be an extra and physically box Dr. Uwe Boll.

Headhunter004
Adultswimlover2
Evolution_500_2
Greatnates
thedoomsdaybegins
GunnerySergeantNumbnuts
Murdoc995
AimeeBrookes
ChineseOldMarketMan
GabeLogan9060
Veedragon40
BigSexy77
TylerDurden52
Dan223-1
howdy4641430-1

If critics want to bring Uwe Boll down, here is their chance to physically bring him down and have the entire world watch them do it.

"

É VERDADE, O TIPO DESAFIOU TODOS OS SEUS CRITíCOS A RESOLVEREM TUDO NA PORRADA.

Digo-vos uma coisa, um dia Hollywood irá fazer um filme tipo Ed Wood sobre a carreira de Uwe Boll e será de certeza um filme de largo sucesso.

Só mais uma coisa, ofereço-me desde já para ir para as bancadas fazer como o Rob Scheneider e gritar
"Come on, Uwe! You can do it!"

Isto há cada um...

quarta-feira, junho 14, 2006

The Hills Have Eyes [2006]



Cast
Aaron Stanford - Doug Wood
Kathleen Quinlan - Ethel Carter
Vinessa Shaw - Lynne Wood
Emilie de Ravin - Brenda Carter
Dan Byrd - Bobby Carter

Crew
Alexandre Aja - Director / Screenwriter
Wes Craven - Producer
Samy Layani - Producer
Peter Locke - Producer
Marianne Maddalena - Producer




Comentário
Ultimamente temos vindo a constatar que as linhas de montagem criativa de Horror Movies made in Hollywood estão cada vez mais estéreis e o que os americanos têem feito tem sido apenas duas coisas; ou fazer mal ou refazer o que foi bom mal.

Esta onda de remakes de facto começa a ser preocupante, mas este trabalho de Alejandro Aja não se enquadra de facto nessa categoria.

Temos primeiro que reconhecer que este filme parte com dois grandes handicaps, por um lado a herança pesada de uma obra de culto que funcionou com um marco no cinema de terror da década de 80 e que ainda está na memória de muitos cinéfilos, por outro lado depois de um "High Tension" simplesmente genial as expectativas para o regresso de Aja ao plateau eram muito elevadas.

E não é que o filme superou com distinção este desafio?

Estamos perante um filme de facto extraordinário, indepentemente do estilo onde o queiram classificar, e o que é assombroso nesta fita é que de facto Aja é a estrela do filme, não são os actores, não é a fotografia, não é sequer a história que nasceu na mente tortuosa de Craven à 30 atrás, numa fase em que a ameaça nuclear e de uma pretensa guerra fria despertava os nossos instintos primários mais recônditos, aqui a verdadeira estrela deste filme é o seu realizador.

A abordagem dada á história é totalmente refrescante, o atipíco heroi americano, o humor negro presente em cada frame, as pérolas dos clichés que polvilham a história em cada momento, tudo está pensado ao pormenor, sentimos que cada grão daquele deserto está efectivamente onde deveria estar.

Acima de tudo, este é um ensaio que funciona como uma referência do que foi e do que é um "horror movie", neste filme encontramos todos os mestres, estão lá todos Craven, Hoper, Romero, Meyer, Coorman, Carpenter...

Quando assim é tá tudo bem e então venham de lá essas Remakes.