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sexta-feira, junho 16, 2006

Daremo Shiranai [Ninguém Sabe] [2004]



Cast
Yuya Yagira - Akira
Ayu Kitaura - Kyoko
Hiei Kimura - Shigeru
Momoko Shimizu - Yuki
Hanae Kan - Saki
You - Fukushima, Keiko

Crew
Kore-Eda Hirokazu - Director / Editor / Producer / Screenwriter
Hirokazu Koreeda - Director / Editor / Producer / Screenwriter
Yutaka Yamazaki - Cinematographer
Yamazaki Yutaka - Cinematographer
Gontiti - Composer Music Score




Comentário
De facto, o Paulo Branco, tem feito mais pela cultura em Portugal do que todos os secretários e ministros da cultura fizeram todos juntos nos últimos 10 anos. A Medeia, com a divulgação nas suas salas de obras de outros quadrantes, nomeadamente do que vem dos países para lá do Sol Nascente, tem lutado de forma quixotesca contra esta ditadura anglosaxónica na nossa cultura.

Graças a esse esforço temos tido a possibilidade de ver obras que passaram ao lado do nosso circuito comercial afundado cada vez mais em obras menores e "clónicas" que se limitam a estupidificar e enfadar.

Obras como o 3...Extremes, Ferro 3, são alguns exemplos de pedradas no charco de que este "Ninguém Sabe" é o exponte máximo.

Vejo cinema desde que me conheço, já vi milhares de filmes oriundos de todo o mundo em salas dos quatro cantos (perdoem-me a atitude pseudo), e este é definitivamente o filme que mais me fez "sentir", foram 120 minutos intensos que tive a felicidade de desfrutar na velhinha sala do King.

Este é um filme seco, alegre, frio, carinhoso, cruel, poderoso e repleto de luz.

Um estudo sociológico sobre a alienação das nossas cidades, o caminho para a desumanização humana, o non-sense do progresso tecnológico.

Tinha tanto para dizer sobre este filme mas concerteza que ficarei sempre aquém da experiência única de estar lá no escurinho do cinema e a desfrutar esta obra prima de Hirokazu Kore-eda.

Só duas coisas coisas antes de terminar, a fabulosa interpretação das 4 crianças que apesar de nunca terem representado estão simplesmente magistrais, especialmente Yagira Yuya, que aos 14 anos ganhou o prémio da interpretação em Cannes; e uma imagem que não esquecerei jamais, duas crianças transportam numa mala rosa, transformada em caixão, o corpo sem vida da sua irmâ e enterram-na no solo do aeroporto, suprema ironia a imagem do expoente civizacional como pano de fundo a um enterro tão injusto.

Enfim, vão ver e sintam.

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