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sábado, junho 24, 2006

Brokeback Mountain [2005]



Cast
Heath Ledger - Ennis Del Mar
Jake Gyllenhaal - Jack Twist
Michelle Williams - Alma
Anne Hathaway - Lureen Newsome
Linda Cardellini - Cassie
Anna Faris - Lashawn Malone
Randy Quaid - Joe Aguirre

Crew
Ang Lee - Director
Diana Ossana - Producer / Screenwriter
James Schamus - Producer
Larry McMurtry - Screenwriter / Executive Producer
E. Annie Proulx - Short Story Author




Comentário
Até que ponto um homem com medo de revelar as suas emoções é levado a uma eminente implosão psicológica alimentada pela sua incapacidade de se exprimir? Esta poderia ser a pergunta que teria como resposta perfeita este filme.

O que mais nos marca nesta história é um Heath Ledger, brilhante, que consegue guarnecer de uma beleza extrema o seu personagem, um homem rude, fruto de uma terra agreste, que por um número diverso de razões não consegue partilhar os seus sentimentos com ninguém a não ser com o amor da sua vida, e mesmo perante este, nunca na sua totalidade.

O facto de este amor ser outro homem, é mais uma razão que reforça a inevitabilidade de guardar as suas emoções para si próprio. Já Jack Gyllenhaal que interpreta Jack Twist, o mais livre do par, funciona como um contraste muito adequado ao equilibrio desta história de amor.

A forma inteligente como Ang Lee nos permite observar o relacionamento do par romântico com as suas esposas, possibilita ao expectador desfrutar de uma experiência poucou usual em filmes que abordam esta temática. Ou seja até que ponto pode ir o esforço inglório de adaptação a uma vida socialmente correcta.

É Neste cenário domeéstico que percebemos que o affair de Ennis não é de facto a razão do fracasso do seu casamento mas sim a sua incapacidade de se exprimir e de ser feliz. E aqui somos confrontados novamente com o contraste entre Enis e Jack, já que o segundo sempre demonsta uma maior liberdade na forma de encarar as suas emoções e as suas necessidades, desta maneira vemos um Jack alegre, quase integrado sempre procurando satisfazer os seus desejos mas tendo um fim trágico e por outro lado um Ennis sempre a combater os seus sentimentos e procurando uma integração familiar e social que sente ser impossível.

A cena final do filme é outra das maravilhas deste filme, na medida em que procurando num frame time tão curto efectuar um flashback, se apresenta maliciosamente como um anti climax, mas é neste momento nos apercebemos de tudo o que Ennis passou e compreendemos o quanto ele mudou.

Quem se refere a esta obra como um mero filme sobre a homosexualidade está "apenas" a ser liminarmente obtuso. Este é um filme sobre um amor impossível, é um filme que nos mostra que uma sociedade repressiva e preconceituosa pode destruir toda a capacidade de expressão emocional de um ser humano, mas acima de tudo é um filme que não procura mais do que mostrar o interior do coração de um homem preso na sua inarticularidade. Simples, não é?

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